O líder do PSC na Câmara, Andre Moura (SE), afirmou hoje que as declarações do presidente da Comissão de Direitos Humanos, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), são infelizes e que precisam ser analisadas pela Mesa Diretora da Casa. Moura disse que as falas do pastor causam “preocupação” na bancada, mas voltou a insistir que a decisão de renunciar ao cargo na comissão é exclusividade dele.

No fim de semana, durante um culto evangélico em Passos (MG), Feliciano afirmou que a comissão era dominada por satanás antes de sua chegada ao posto.

“Eu entendo que são declarações infelizes da parte dele, disse isso ao deputado. Acho que agora cabe a ele um pedido de desculpas oficial e, logicamente, que a Mesa Diretora da Casa fará uma análise das consequências da declaração mesmo porque, apesar de ser num culto evangélico, mas também ele fez referência a parlamentares que faziam parte da comissão no ano passado e alguns que continuam fazendo parte da comissão neste ano”, disse Moura.

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O líder disse ainda que não há mais o que a bancada fazer sobre o caso. “É uma situação que deixa o partido incomodado, toda a bancada incomodada. As declarações do pastor também nos deixam preocupados. Mas entendo que nesse momento a coisa tomou proporções maiores que fogem da alçada da bancada e da liderança e tem que ser resolvida pela Executiva Nacional do partido e, logicamente, pela Mesa Diretora da Casa”, afirmou.

Questionado se estava mudando de posição sobre Feliciano, ele negou e sustentou que a bancada sempre externou que ele deveria rever sua posição de permanecer no comando da presidência. Racha A fala de Feliciano sobre a comissão ser “dominada por Sátanas” causou mal-estar e gerou resistência dentro do próprio PSC.

A vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos Antônia Lúcia (PSC-AC) avisou ao comando do partido que cogita renunciar ao cargo na comissão. Hoje, Moura disse que conseguiu convencer a deputada a permanecer. “A deputada Antônia Lúcia teve uma conversa conosco hoje pela manhã.

Ela ontem deu uma declaração mediante aquilo que foi passado para ela, mas ela conversou com o deputado pastor Marco Feliciano na noite de ontem, teve uma conversa conosco hoje, e ela permanece na primeira-vice-presidência da comissão”, afirmou. Diante da reação da colega, Feliciano pediu desculpas e disse que a expressão satanás se referia a adversário. Disse ainda que mais de 2.000 pessoas tiveram seu direito de liberdade de culto violado por conta de protestos que aconteceram do lado de fora do templo onde pregava na cidade mineira. Fonte: Correio