Caso não haja uma ação coordenada e urgente, com o intuito de proteger a vida selvagem, bem como o meio ambiente, as zoonoses (doenças que passam de animais para humanos) seguirão aumentando. A afirmação consta em um relatório desenvolvido por especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU).
“A ciência é clara, que se continuarmos explorando a vida selvagem e destruindo nossos ecossistemas, então poderemos esperar por um fluxo contínuo dessas doenças que saltam de animais para humanos nos próximos anos”, destaca trecho do documento.
Segundo os pesquisadores, esse cenário é proveniente do crescimento da demanda por proteína animal, além da agricultura insustentável e das mudanças climáticas pelo aumento da quantidade de doenças, a exemplo do novo coronavírus (Covid-19).
Alguns especialistas acreditam que a Covid-19 tenha se originado em morcegos.
Ainda conforme pontuou a ONU, as Zoonoses são responsáveis pela morte de cerca de 2 milhões de pessoas (por ano). O ebola é outro exemplo, o vírus do Nilo Ocidental e a Sars surgiu em animais e depois migrou para humanos.
O relatório da ONU também mostra que essa migração não é automática. Ela é motivada pela degradação do ambiente natural. A destruição de terras, exploração da vida selvagem, extração de recursos e mudanças climáticas estão alterando a forma como animais e humanos interagem.
“No último século, vimos pelo menos seis grandes surtos de novos coronavírus”, alerta Inger Andersen, subsecretária-geral e diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
“Nós intensificamos a agricultura, expandimos a infraestrutura e extraímos recursos ao custo de nossos espaços selvagens”, acrescenta Andersen.
O relatório sugere estratégias de prevenção de futuros surtos aos governos, como o incentivo ao uso sustentável da terra, melhora na biodiversidade e investimento em pesquisas científicas.
“Para prevenir futuros surtos, nós precisamos ser muito mais ativos na proteção de nossos ambientes naturais”, orienta o documento.