A moradora da localidade de Arembepe, orla de Camaçari, Marluce Érica da Mota Batista, viveu um drama que poderia ter resultado no agravamento do estado de saúde do filho ou até mesmo na morte do pequeno Rafael José da Mota Batista, de quase dois anos.

A mulher acusa o médico pediatra Antônio Sérgio Castro, por negligência, durante atendimento médico de Rafael, no Hospital Geral de Camaçari (HGC), após o menino sofrer uma queda ao escorregar em chão molhado, na casa onde mora com a família.

Segundo Marluce, ela se encaminhou com filho à referida unidade hospitalar, em 16 de dezembro do ano passado, mesmo dia em que aconteceu o incidente, depois de passar por atendimento básico, no posto de saúde da localidade. O encaminhamento foi necessário devido ao inchaço localizado na cabeça da criança.

A mãe contou que ao dar entrada no HGC, foi atendida por uma médica pediatra que apontou a necessidade do internamento, assim como a realização de exames como radiografia do crânio e tomografia computadorizada. Para o segundo procedimento, Marluce deveria aguardar regulação, uma vez que o aparelho do HGC está quebrado.

No dia seguinte, o referido médico Antônio Sérgio de Castro, que assumiu o plantão, examinou o garoto e em contradição a pediatra que atendeu Rafael no dia 16, descartou a necessidade de o menino precisar passar pela tomografia, indicando a possibilidade de alta médica.

Marluce declarou que diante do quadro do filho, se recusou a sair do hospital e, relutante, pediu que o pediatra Antônio Sérgio ao menos emitisse uma requisição para que o exame de tomografia pudesse ser feito em outro local. De acordo com Marluce, o documento emitido e assinado pelo pediatra foi feito de forma equivocada, o que impossibilitou a autorização do exame.

Inconformada e preocupada com o filho, Marluce buscou ajuda no Hospital do Subúrbio, em Salvador, no dia 2 de janeiro. Lá foi realizada a tomografia, através da qual ficou diagnosticado que Rafael estava com uma pequena fissura na caixa craniana. A criança já está sendo acompanhada por um neurologista do HGC.

O caso foi repassado para a diretoria do HGC e Marluce foi orientada a recorrer a Ouvidoria do Ministério da Saúde para formular a denúncia de negligência contra o pediatra Antônio Sérgio Castro, uma vez que ficou constatada a necessidade da realização da tomografia para Rafael, pois através do exame foi identificado o real estado de saúde do menino, em contradição a liberação do paciente, feita pelo referido médico.