O deputado federal Pastor Isidório (Avante-BA) deve ser investigado pelo crime de violência política de gênero contra a colega de casa Erika Hilton (PSOL-SP), devido a falas de tom transfóbico proferidas na Câmara.

O pedido para abertura do processo foi encaminhado pelo Ministério Público Eleitoral nesta segunda-feira (25) à Procuradoria-Geral da República (PGR). As agressões aconteceram na terça-feira (19), durante plenária na Câmara.

“Homem nasce como homem, com ‘binga’, portanto, com ‘pinto’, com pênis, mulher nasce com sua cocota, sua ‘tcheca’, portanto sua vagina. Mesmo com as suas fantasias, homem, mesmo cortando a ‘binga’, não vai ser mulher. Mulher, tapando a cocota, se for possível, não será homem”, afirmou Isidório.

De acordo com a representação que Hilton apresentou ao MP, o deputado se referiu a ela usando o pronome masculino. A deputada é uma mulher trans e o gesto de Isidório é considerado uma grave ofensa às pessoas da comunidade LGBTQIA+.

Isidório também fundamentou seus argumentos com base em sua posição religiosa. “Deus criou naturalmente homem e mulher. Não adianta, pode botar dois homens em uma ilha, duas mulheres na próxima ilha, que você chegando lá vai encontrar a mesma coisa. Coloque-se homem e mulher numa ilha separada que, ao chegar, vai encontrar a procriação, vai encontrar a família. Então homem com homem não procria, essa é a nossa constituição ( ..)”, disse o parlamentar.

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