Uma pessoa trans é alguém que se identifica com um gênero diferente do que lhe foi imposto em seu nascimento. O simples fato de fazer parte deste grupo ceifou a vida de 175 mulheres trans e travestis no Brasil em 2020. 43% desses assassinatos ocorreram na região Nordeste, onde foi registrado o maior número de casos.

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra) divulgou hoje (29), na data em que é celebrado o Dia da Visibilidade Trans, um dossiê intitulado “Assassinatos e Violência Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2020”. De acordo com ele, 75 mortes por violência transfóbica ocorreram no Nordeste em 2020.

Os dados apresentam um aumento de 6% dos casos na região, em relação ao ano anterior. 19 desses assassinatos ocorreram na Bahia. O documento traz ainda diversos outras informações e, segundo a pesquisa apresentada, 94,8% da população trans afirmam ter sofrido algum tipo de violência por conta de sua identidade de gênero.

Entre as causas apontadas para esses números, está o abandono familiar sofrido por essas mulheres e travestis. “Essa rejeição pode ter um impacto devastador sobre os indivíduos e isolá-los dos espaços sociais essenciais ao seu bem-estar”, contam no dossiê.

Estima-se ainda que muitos outros casos de morte por transfobia tenham ocorrido no país, mas não tenham sido notificados, principalmente por conta da ausência de dados governamentais.

As pessoas entrevistadas para a realização da pesquisa também revelaram uma grande dificuldade para conseguirem emprego, por conta de sua condição, o que acaba contribuindo para que o grupo seja marginalizado.

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