Neste sábado (7/11), a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que seis países, entre eles a Dinamarca e os Estados Unidos, relataram, até o momento, casos do novo coronavírus (Covid-19) em criações de visons.

“Até o momento, seis países, a saber, Dinamarca, Holanda, Espanha, Suécia, Itália e Estados Unidos relataram casos de Sars-CoV-2 em criações de visons à Organização Mundial de Saúde Animal”, afirma o comunicado da OMS.

A informação foi divulgada após a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, anunciar na quarta-feira (4/11) o sacrifício de 17 milhões de visons do país. Na ocasião, foi salientada a presença de uma mutação do Sars-Cov-2 nestes animais, que acabaram infectando cerca de 12 pessoas. Com isso, o objetivo é tentar interromper o ciclo de infecção desta “nova” mutação e garantir a segurança de uma futura vacina que previna a doença.

A mutação citada foi identificada em cinco fazendas diferentes. Os 12 casos de transmissão em humanos do vírus que sofreu mutação foram detectados no norte de Jutlândia (oeste), onde se concentra a maioria dos criadouros.

“Os casos ocorreram entre pessoas com entre 7 e 79 anos, oito delas relacionadas com a indústria agrícola de vison e quatro da comunidade local”, destaca a nota da OMS.

Mutação
Segundo explicam os cientistas, a mutação de um vírus é normal, e não significa que se comportará de forma diferente. Além disso, eles alertam que, nesse momento, determinar as consequências concretas de uma mutação é algo bastante complexo e incerto.

No entanto, no caso dessa cepa, que foi batizada de “Cluster 5”, isso implica, segundo os primeiros estudos, uma menor eficiência dos anticorpos humanos, fator que chega a ameaçar o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19.

“As observações iniciais sugerem que a apresentação clínica, a gravidade e a transmissão dos indivíduos infectados são semelhantes às de outros vírus circulantes do Sars-CoV-2”, disse a OMS.

“No entanto, esta variante, denominada variante +cluster 5+, apresenta uma combinação de mutações ou alterações que não tinham sido observadas antes”, completou a agência especializada da ONU.

Em resultados preliminares e ainda não oficiais, foi observado pela OMS que esta variante associada ao vison, identificada tanto nos visons quanto nos 12 casos humanos, apresenta “sensibilidade moderadamente reduzida a anticorpos neutralizantes”.

Tomando como base este contexto, a OMS assegurou que são necessários novos estudos científicos e laboratoriais para verificar estes dados e determinar quais as consequências para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas.

“Embora se acredite que o vírus esteja ancestralmente ligado aos morcegos, a origem do vírus e o(s) hospedeiro(s) intermediário(s) do Sars-CoV-2 ainda não foram identificados”, lembrou a OMS.


Diante desse cenário, uma missão internacional, composta por especialistas internacionais da OMS, da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas e da Organização Mundial para a Saúde Animal, foi criada em colaboração com Pequim para determinar a origem do vírus.

Em 30 de outubro, esses especialistas se encontraram pela primeira vez com seus colegas chineses, mas virtualmente.

“Dada a escala e complexidade da pandemia de Covid-19, precisamos de um conjunto completo de investigações científicas na China e em outros lugares para encontrar o (s) hospedeiro (s) intermediário (s) e as origens do vírus”, pontuou à AFP uma porta-voz da OMS, Farah Dakhlallah.

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