A oposição vai aproveitar a última sessão da Câmara Municipal de Camaçari antes do recesso do meio de ano, nesta quinta-feira (27), para reforçar o coro das ruas e cobrar a anulação imediata do reajuste das tarifas do transporte coletivo na cidade, que podem chegar a R$4 nas linhas para a orla. As tarifas foram reajustadas em março deste ano, antes do início das manifestações que tomaram conta das ruas em todo o país, clamando por medidas como o passe livre para estudantes. Camaçari também foi palco de duas manifestações na semana passada.
Vale lembrar que, no caso de Camaçari, há um agravante que pesa contra o aumento: ano passado, a prefeitura assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público da Bahia se comprometendo a melhorar o sistema antes de efetuar qualquer reajuste, o que não aconteceu. “O então prefeito Luiz Caetano (PT) prometeu medidas como renovação da frota e o seu sucessor, Ademar Delgado (PT), não cumpriu nada, permitindo, no entanto, o aumento do preço da passagem de ônibus. Nós já entramos na Justiça contra isso”, afirmou o líder da oposição na Câmara, Antônio Elinaldo (DEM).
O preço para os ônibus que circulam na sede de Camaçari saltou de R$1,90 para R$2,10. Nas linhas entre a sede e trechos da orla como Arembepe, Jauá e Vila de Abrantes, o valor aumentou de R$2 para R$2,40. Para quem utiliza o itinerário Barra do Jacuípe até o centro, a majoração foi de R$2,10 para R$2,50. Já pra quem vai de Guarajuba a Monte Gordo, o reajuste foi de R$2,50 para R$2,90. Os trechos entre Barra do Pojuca e Fazenda Cajazeiras e entre Tiririca, Jordão e Lagoa Seca teve aumento de R$0,40, pulando de R$3,60 para R$4.
“Vamos cobrar do prefeito, além da revogação do aumento, o que aconteceu em muitas cidades onde o povo foi às ruas, e isso aconteceu em Camaçari na semana passada, a planilha de custos do transporte público em Camaçari. Queremos saber porque temos essa tarifa, quais as justificativas para esse aumento, porque a qualidade do sistema é tão ruim e quanto as três empresas que operam no município estão lucrando. Vou encaminhar requerimento ao prefeito solicitando essas informações”, revelou Elinaldo.
O vereador também quer que a prefeitura siga o exemplo de Salvador e adote o programa “Domingo é meia”, uma das medidas defendidas pelos estudantes em Camaçari. No caso de Camaçari, a proposta engloba também o benefício nos feriados, uma das bandeiras dos manifestantes. O projeto chegou a ser apresentado pela oposição na Câmara, mas foi rejeitado. Agora, as entidades estudantis estão coletando assinaturas para apresentar um projeto de iniciativa popular. São necessárias 7,5 mil assinaturas. Já foram coletadas cerca de 5 mil.