O prefeito de Camaçari Luiz Caetano e coordenador da campanha de reeleição do governador Jaques Wagner (PT) admitiu ontem em entrevista na rádio sucesso fm que 3/4 da chapa petista está fechada.

O ex-conselheiro do Tribunal de Contas, Otto Alencar (PP), deve ser confirmado na vice.

Para o Senado, uma das vagas está destinada para a deputada federal Lídice da Mata (PSB).

A dúvida, conforme o RMS NOTICIAS já havia antecipado, é sobre a segunda vaga de senador , que pode acomodar um integrante do PDT, PCdoB ou do próprio PT.

O nome do deputado Walter Pinheiro é apontado como favorito.

Contudo, se insistir na ideia de colocar Pinheiro em sua chapa – como candidato ao Senado –, o governador enfrentará um forte movimento de resistência no PT.

O deputado federal Nelson Pellegrino já admite, por exemplo, pleitear a vaga, o que deve também fortalecer no partido o grupo que defende há algum tempo a candidatura do ex-governador Waldir Pires a senador.

A mobilização levaria, naturalmente, à realização de uma prévia no PT para a escolha do candidato ao posto determinado por Wagner, o que tenderia a atrasar a definição do nome, criando mais um obstáculo à montagem da chapa pelo governador.

A entrada em cena de Pellegrino leva em conta a estratégia do deputado federal de se viabilizar como candidato no PT à Prefeitura de Salvador em 2012.

Como Pinheiro também é prefeiturável, sua participação na chapa de Wagner e eventual eleição – principalmente ao Senado – acabaria colocando Pellegrino em desvantagem na disputa partidária pela indicação para candidato a prefeito no PT na próxima sucessão municipal, motivo porque Wagner sempre foi aconselhado a manter os dois distantes da disputa majoritária de agora.

No grupo petista que defende a indicação de Waldir Pires para companheiro de chapa de Wagner, o argumento para que ele se lance às prévias se Pinheiro for o escolhido é ligeiramente diferente do de Pellegrino.

Para os waldiristas, como tratam-se de dois quadros petistas, o melhor é que a escolha seja feita pela militância e não pelo governador.

“Por que Wagner escolheria um petista e não outro?”, questionam.

O movimento desencadeado no PT a partir das especulações de que Wagner estudaria a hipótese de colocar Pinheiro em sua chapa é apenas um indicativo da grande dor-de-cabeça que o governador terá, caso opte por uma solução doméstica para resolver a lacuna criada com a adesão do senador César Borges (PR) à candidatura adversária de Geddel Vieira Lima (PMDB).

Procurado por nossa equipe Jonas Paulo nega especulação.

O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, admitiu ontem que, além de Pinheiro e Pellegrino, a legenda tem outras lideranças que também querem a vaga ao Senado.

“Nós também temos os nomes de Waldir (Pires) e Zezéu (Ribeiro).

Essa discussão é um cenário possível, mas não é concreto”, disse Jonas.

“Nós estamos discutindo todas as possibilidades”.

Segundo Jonas, não existe pressa para anuciar a chapa.

Ele lembra que “o Congresso do PT ainda será em maio, quando nós lançaremos os nomes dos nossos candidatos”.

“Não é meta anunciar a chapa agora.

Nós já temos três nomes definidos.

Nossa preocupação é ampliar a aliança, aguardando também o desfecho da nacional, discutir com calma e, no momento próprio, anunciar”, ponderou.

A discussão sobre a inclusão de outro nome do PT na chapa pode trazer problemas não só dentro do partido como também junto aos aliados.

Pretendente à vaga de vice, o PDT, por exemplo, disse que não concorda com a inclusão de outro nome petista na chapa.

“Faz uns 15 dias que nós conversamos sobre isso.

Eu, pelo PDT, o Daniel Almeida (PC do B), Lídice da Mata (PSB) e Jonas Paulo (PT) combinamos que nenhum desses quatro partidos da base poderia ter mais de um nome na chapa majoritária”, disse Alexandre Brust, presidente do PDT, cobrando o que foi acertado.

Contudo, Jonas nega o acordo.

“Isso era no cenário com a composição com o PR.

Mas não houve um acordo, foi um pedido deles (dos presidentes dos partidos aliados)”, explicou.

“Nós temos um perfil da chapa de centro-esquerda, com três partidos participando.

Estamos discutindo a composição final, mas não estamos trabalhando nomes”, aliviou o petista.

“Falam que o PT poderia ter mais uma vaga.

Nós nos sentimos orgulhosos e vamos conversar para que não haja traumas, que seja com a aquiescência dos outros partidos e com a coordenação do governador”.