Na tarde deste sábado (16), o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas retweetou uma publicação realizada pelo ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT). Na mensagem, o político destacava que “quem sabe se remedio é próprio, se é perigoso, se cura, se ajuda ou atrapalha, são médicos e cientistas que estudaram pra isso!”, referindo-se claramente a defesa do presidente Jair Bolsonaro no uso da cloroquina para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus (Covid-19).

“Gente querida, onde já se viu discussão política sobre remédio? Usemos nossa inteligência! Quem sabe se remedio é próprio, se é perigoso, se cura, se ajuda ou atrapalha, são médicos e cientistas que estudaram pra isso! Político recomendar remédio é uma aberração inexplicável!”, escreveu Ciro na publicação que Vilas-Boas retweetou.

Horas depois, Ciro usou a mesma rede social para comentar  sobre o pedido de demissão do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, oficializado ontem (15). Para o ex-governador do Ceará, “apesar de toda sua incompetência e patetice [Teich], não aceitou promover o genocídio que Bolsonaro parece querer provocar”, garantiu.

“Parece brincadeira… mas é irresponsabilidade assassina! Bolsonaro provoca demissão do recém nomeado ministro da saúde. Razão alegada: o ministro, que é medico, apesar de toda sua incompetência e patetice, não aceitou promover o genocídio que Bolsonaro parece querer provocar!”.

Ciro também fez críticas aos que atuam na gestão do presidente, que chamou de “oficiais bolsonaristas“.

“(…) Vai estragar tudo e esta parte irresponsável de oficiais bolsonaristas vai ser responsabilizada (por isto a medida provisória inconstitucional que tenta blindar as responsabilidades) e a imagem das forças armadas indo pra lata do lixo. Traidores sem honra!”, declarou.

Cloroquina

Bolsonaro tenta mudar o protocolo para o uso do medicamento em pacientes diagnósticados com a Covid-19. Na quinta-feira (14), um dia antes de Teich pedir demissão do Ministério da Saúde, o mandatário brasileiro assegurou:
“Votaram em mim para eu decidir. E essa decisão da cloroquina passa por mim”.
Muitos especialistas da saúde alertam que a cloroquina pode colocar em risco a vida das pessoas, como é o caso do infectologista e epidemiologista Carlos Magno Fortaleza, do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu (SP).
“Os melhores estudos internacionais disponíveis até agora não mostram benefício da cloroquina ou da hidroxicloroquina no tratamento da doença, mas, sim, aumento de risco de morte, provavelmente por arritmia”, elucida o profissional.
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