Oi. Sei que provavelmente você não sabe ainda de quem estou falando (ou sabe, ótimo também) no título e o porquê de falar sobre, mas calma. Vou me apresentar brevemente. Não vou ser aquela colunista que fala sobre qualquer assunto de forma rebuscada, acredito que conquistamos a compreensão do que desejamos passar escrevendo da forma mais simples e objetiva possível.

Bom, quem é o sujeito do título? Vou contar o que encontrei me baseando em uma pesquisa rápida. Dan Bilzerian é um norte americano rico, conhecido na internet (possui atualmente quase 32 milhões de seguidores no Instagram) por ser uma suposta meta de vida para, em sua grande maioria, homens héteros. Suas publicações são voltadas a mostrar viagens, a quantidade de mulheres em volta o desejando e esbanjando as “maravilhas” que ele as proporciona. Nada de profissional, a vida dele parece ser somente curtição. Ou seja, acredita-se que seja uma vida perfeita e sem obrigações. Vamos aos fatos…

Sinceramente? A única reação que tive ao analisar as fotos foi de nojo. Nojo? Sim, nojo. Você pode pensar que é exagero da minha parte, mas talvez concorde com algumas coisas quando terminar de ler. O que desejo ressaltar principalmente é que em 99% do feed TODAS as mulheres presentes são apenas prêmios dele. Não são seres humanos, nenhuma delas possuem sentimentos, apenas estão ali para satisfazê-lo (seja lá de qual forma for). Tem até foto de uma mulher nua, de costas para ele, carregando um troféu no quadril. Existe algo mais emblemático que isso para compreender o fato de serem consideradas como objetos?

Outra situação. Não existe nenhuma identificação (analisando o conteúdo das publicações) do que ele faz para ter/esbanjar tanta riqueza. Mas, sabemos que, de acordo com titio Google, ele é jogador de pôquer e o seu pai, Paul Bilzerian, era político e envolvido em crimes de colarinho branco. Em resumo, se mostra como o tal macho alfa. Aquele que pode tudo, que tem tudo e não se submete a nada que seja contra a vontade dele. Não existem limites. Então, por que questionaríamos? Afinal, ele é homem e tem suas “necessidades”, né? Mas, se fosse uma mulher agindo exatamente da mesma forma, quantas vezes ela teria de explicar e comprovar de onde sai tanto dinheiro e, pior, explicar que não era nenhum homem bancando seus luxos? Alguém aí questionaria se existe uma mulher por trás dele oferecendo tanto capital? É esse tipo de contradição que afirma o privilégio masculino, aquele que reforça o contexto histórico da sociedade patriarcal disseminado desde tantos e tantos anos.

E por que falar disso só agora? Alguns podem afirmar que comento esse assunto por estar em alta. Sim, está porque, para quem ainda não sabe, ele foi acusado de agredir uma mulher em uma de suas festas com um CHUTE no ROSTO (não é um caso isolado da sua parte e, ainda que fosse, seria um extremo absurdo). Pesado, concorda? Então, há de convir que é o momento (mais um, visto que no Google encontramos facilmente outros anos em que, novamente, foram retratadas todas estas situações) para aproveitar e expor tantos pontos absurdos. A agressão geralmente passa batida pela influência, poder aquisitivo e, novamente, pelo privilégio de ser homem, branco e hétero. É certo alguém que passa de tão “apreciador” da presença feminina agir dessa forma? Não é, é muito contraditório na verdade.

Você também pode questionar sobre as mulheres estarem ali por vontade própria. Ora, mas não estamos aqui para julgar a decisão delas. Assim como eu, você que está lendo e todas as pessoas têm o seu livre arbítrio para fazer o que bem entendem. O ponto a ser discutido é: Elas são pessoas ou simples objetos? Elas estão ali para serem valorizadas como humanas ou como brinquedos que quando ele enjoar podem ser substituídas? Nós, mulheres, fomos ensinadas desde bem pequenas que deveríamos “nos respeitar” porque os homens poderiam fazer coisas ruins conosco, poderiam nos desrespeitar, poderiam isso e aquilo caso nós estivéssemos “dando lugar” a eles, usando roupa curta, andando sozinhas em lugares desertos, entre outros. Mas, peraí, e os homens foram ensinados a que? Não deveriam aprender a respeitar todos, inclusive as mulheres?

O conceito do machismo é algo muito simples de compreender e fácil de ser notado na sociedade. Tudo começa com a educação dos filhos dentro de casa, influenciada pelas diretrizes conservadoras do patriarcado. Caso você tenha compreendido o que foi retratado, dissemine o conhecimento e demonstre em suas atitudes. Entendeu por que chegamos até aqui falando de uma única pessoa? É por isso que precisamos falar sobre Dan Bilzerian. Precisamos e vamos falar também dos Dans que estão próximos a nós. Se você leu até aqui e todas estas situações não te fizeram refletir, te convido a ler outras colunas minhas que virão brevemente.

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