Na quarta-feira (8), depois da polêmica que envolveu o prefeito de Itabuna, cidade no sul da Bahia, foi anunciado que o funcionamentos dos estabelecimentos comerciais na região será liberado a partir desta quinta-feira (9).

No dia 30 de junho, quando Itabuna estava registrando 100% de ocupação dos leitos de UTI para pacientes graves infectados pelo novo coronavírus (Covid-19), o prefeito Fernando Gomes (PTC) afirmou que o comércio seria reaberto “morra quem morrer”. Dois dias depois, no 2 de julho, o governador da Bahia Rui Costa (PT) anunciou o toque de recolher no município.

Segundo a prefeitura, a medida de reabertura do comércio local foi possível após a ampliação do número de leitos clínicos e intensivos no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães. Na terça-feira (7), o município recebeu cerca de 15 respiradores do Ministério da Saúde; os aparelhos serão destinados ao tratamento dos casos sevreros do novo coronavírus.

No momento do anúncio da quarta-feira, o prefeito pontuou: “Eu estou dobrando o número de [leitos de] UTI, saiu de 10 para 20 e houve um aumento no número de leitos clínicos. Temos condições de atender a todo o pessoal”, afirmou.

Ainda segundo o gestor municipal, “os equipamentos que foram enviados, os respiradores, estão sendo ‘botados’, entendeu? Nós vamos abrir com segurança, agora queremos pedir ao povo que nos ajudem. Trabalhar junto todo mundo”, completou.

Com o novo decreto da prefeitura, o comércio em Itabuna estará liberado de segunda à sexta-feira, no horário das 9 às 15h. Entre as atividades autorizadas estão: lojas de vestuário, cama, mesa e banho, artigos esportivos e utilidades do lar, calçados, bolsas, tecidos, armarinhos, lojas de cosméticos e perfumarias, joalherias, bijuterias, entre outros.

Nessa estapa, conforme destacou a prefeitura, estão autorizados, também o funcionamento delava-jatos, concessionárias, indústria não essencial, bancas de jornal e revista, floricultura e do shopping popular.

Aos sábados e domingos, todas as lojas devem ficar fechadas e estão liberadas igrejas, templos religiosos, e feiras livres, conforme regras estabelecidas pela Secretaria de Sustentabilidade Econômica e Meio Ambiente.

O documento ainda estabelece um protocolo sanitário, que obriga os comerciantes a reduzirem o número de pessoas dentro das lojas, respeitarem o distanciamento, uso de máscaras para funcionários e clientes, e disponibilização de álcool em gel nas entradas dos estabelecimentos.

Em nota, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) assegurou que o período de crise sanitária causado pela pandemia da Covid-19 foi suficiente pra fechar 39 lojas de forma definitiva, em Itabuna. Sem faturamento, o prejuízo no comércio passou de mais de R$ 500 milhões.

O último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), apontava que Itabuna já soma 3.241 infectados pelo novo coronavírus, onde 98 pessoas foram a óbito.

A seguir a lista de estabelecimentos liberados, conforme novo decreto municipal:

Lojas de vestuário;

Lojas de cama, mesa e banho;

Lojas de artigos esportivos e utilidades do lar;

Loja de calçados, bolsas e demais acessórios;

Lojas de tecidos;

Armarinhos;

Lojas de cosméticos e perfumarias;

Joalherias, relojoarias e bijuterias;

Lojas de eletrodomésticos e eletrônicos;

Lojas de informática;

Lojas de móveis e artigos para escritório;

Estúdios de revelação e impressão fotográficas;

Gráficas, papelarias e livrarias;

Lojas de colchões;

Lojas de artigos para festas, chocolates e bombonieres;

Lava-jatos;

Concessionárias;

Indústria não essencialBancas de jornal e revista;

Floricultura;

Shopping popular.

Polêmica

No dia 30 de junho, durante a realização de uma coletiva, o prefeito Fernando Gomes assegurou que o comércio em Itabuna seria reaberto a partir de 9 de julho ‘morra quem morrer’.

O vídeo com a declaração foi circulado fortemente pela redes sociais e teve, inclusive, repercussão nacional.

“Primeiro, lutar pela vida, a vida é uma só. [Depois que] morrer, acabou [a vida]. Não tem fortuna, não tem pobreza, não tem falência, não tem nada. Mas não posso abrir uma coisa que não tenho cobertura. Com a dúvida, com os nossos morrendo por causa de um leito em Itabuna, vou transferir essa abertura. No dia 8, mandei fazer o decreto, que no dia 9 abre, morra quem morrer”, garantiu o prefeito na coletiva.

Um dia depois, Fernando Gomes divulgou uma nota em que explica a declaração feita durante a entrevista coletiva. No texto, ele destaca que não houve “descaso” com as vítimas da Covid-19 ao pronunciar a frase polêmica.

Horas antes, em nota, a prefeitura de Itabuna já havia afirmado que a fala do gestor municipal havia sido “mal interpretada”.

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