O grito ‘É campeão’ ecoava na quadra da Vila Isabel desde o início da tarde desta quarta-feira (13). Aos poucos os torcedores apaixonados pela escola foram chegando e preenchendo a quadra, na Zona Norte do Rio. Os rostos já mostravam sinais de confiança. A certeza de ter dado um show na Marquês de Sapucaí deixava o clima cada vez mais quente.

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Uma hora antes de começar a apuração na Apoteose, o público já cantarolava o refrão que parece não ter saído da cabeça nem por um minuto: ‘Ô, muié, o cumpadi chegou / Puxa o banco e vem prosear / Bota água no feijão / Já tem lenha no fogão / Faz um bolo de fubá’. Embalados por este samba, a escola mostrou hábitos simples do povo do interior do país, a moda de viola, as visitas dos compadres, as festas no arraiá e a religiosidade.

O público e os jurados se identificaram com o homem do campo retratado pela Vila na avenida do samba. Algumas notas abaixo do tão esperado dez não tiravam a animação. Confiantes, integrantes da bateria misturavam o batuque do samba e do funk para animar a torcida.

Pouco depois de 17h30 o sonho virou realidade e a quadra explodiu de emoções. As lágrimas foram inevitáveis. A mistura de alívio, felicidade, recompensa pelo ano de trabalho e o título de tricampeã envolveu os integrantes e foliões que estavam de plantão para começar a festa. Bandeiras espalhadas pela quadra eram agitadas com muito orgulho.

Os compositores André Diniz, Arlindo Cruz, Leonel, Martinho da Vila e Tunico da Vila capricharam no tempero da Vila e a voz do intérprete Tinga deu o toque final.

A escola, que tem como bases os morros do Macaco e do Pau da Bandeira e o bairro de Vila Isabel, reuniu cerca de oito mil pessoas na quadra. Uma multidão também acompanhou a festa nos arredores do pavilhão.

A Unidos da Vila Isabel foi a última escola a desfilar na segunda-feira (11) e conquistou o terceiro título no grupo especial. A agremiação ganhou pela primeira vez em 1988, com o samba-enredo ‘Kizomba, a festa da raça’, e a segunda vez em 2006 com ‘Soy loco por ti, América: a Vila canta a latinidade