Os rodoviários suspenderam a greve marcada para esta terça-feira, 24, em toda Bahia, após acordo votado no início da tarde desta segunda-feira, 23, em assembleia na sede no Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia), na Sete Portas.
Pela manhã, uma reunião de conciliação mediada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) reuniu a categoria, e o patronato garantiu aos rodoviários o reajuste salarial de 8%.
Além do aumento salarial, os rodoviários também conseguiram: 10% de reajuste no tíquete alimentação; fim da terceirização dos funcionários responsáveis pela manutenção dos veículos, com piso salarial de R$ 600; garantia de folga nos finais de semana; e a mudança da administração do plano de saúde, antes realizada pelo sindicato, que passará a ser das empresas no prazo de até 90 dias.
Sobre o acordo entre empresários e a categoria, o tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, considera que “foi o melhor para o momento”.
A categoria deu início às manifestações pedindo 18% de reajuste, sendo que a proposta do patronato era de 3,72% de aumento para o transporte urbano e de 4,20% para o intermunicipal.
Antes do acordo, o motorista de ônibus urbano recebia R$ 1.
264, e o cobrador, R$ 740.
Ao todo, são 13mil associados ao Sindicato dos Rodoviários da Bahia, sendo que rodoviários de ônibus urbanos concentram 70% dos trabalhadores da categoria.
Paralisação – Durante o processo de negociação, as paralisações nas garagens de transporte urbano atingiram principalmente moradores do Subúrbio Ferroviário, já que todas as empresas que circulam nesta região participaram de assembleia.
A última paralisação foi realizada na sexta-feira, 13, das 4 às 7 horas, em toda a capital baiana.
A ação ocorreu como forma de protesto, já que a categoria não teria conseguido evolução nas rodadas de negociações com o patronato.
A mobilização da categoria complicou também o trânsito da cidade porque, segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), aumentou a circulação de veículos de transporte clandestino.
Os pontos de ônibus ficaram lotados e muitas pessoas chegaram atrasadas aos seus destinos
Ilegalidade – No dia 2 de maio, garagens de 21 empresas de ônibus de Salvador e Região Metropolitana foram bloqueadas, causando atrasos de três horas na circulação dos veículos.
No dia 3 deste mesmo mês, o atraso foi definido para a saída dos ônibus intermunicipais e interestaduais de Salvador.
Nessas características, o atraso na saída de ônibus urbanos é considerado ilegal conforme a Lei 7.
783/89, que trata sobre o direito de greve.
Ainda assim, a mesma estratégia repetiu-se na sexta-feira, 13.
Segundo a lei, o transporte coletivo é considerado serviço ou atividade essencial.
Neste caso, é indispensável aviso de 72 horas a usuários e empregadores para a greve.
A categoria contra-argumentou que não houve greve e sim paradas para realização de assembleias.
* Fonte: A Tarde Online