Eu já sabia, eu avisei: eram apenas promessas. Luiz Caetano não iria cumprir, mas, infelizmente, a população acreditou. Durante a campanha, várias pessoas me disseram que votariam em Caetano porque acreditaram em sua promessa de transporte público gratuito. Afinal, quem não gostaria de um transporte com ar-condicionado, ônibus elétricos e tarifa zero? Porém, aqui estamos, e a realidade já mostra que o discurso não passava de mais uma estratégia eleitoral para conquistar votos.
Alguns podem argumentar que é muito cedo para críticas, afinal, estamos no primeiro mês de governo. Mas a verdade é que os sinais de descumprimento já começaram. Caetano não homologou a licitação já existente para o transporte público, que poderia trazer um pouco mais de organização ao setor. Em vez disso, optou por um contrato emergencial, válido até fevereiro de 2025, que não só deixa a promessa de tarifa zero de lado, como também transfere o custo para a população, que continuará pagando a passagem.
Essa decisão contradiz frontalmente tudo o que foi prometido durante a campanha. Muitos votaram em Caetano com a esperança de que ele implementaria o transporte gratuito, mas o que temos até agora é uma proposta que não beneficia quem mais precisa.
O contrato emergencial anunciado é, no máximo, uma solução paliativa e provisória, sem resolver os problemas estruturais do transporte público em Camaçari, que tiveram início lá em meados de 2008, no próprio governo Caetano. Em 2011, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público, a prefeitura e as cooperativas, com Caetano prometendo resolver a situação do transporte. Quatorze anos se passaram, e absolutamente nada foi feito. Pior ainda, essa decisão demonstra a falta de planejamento e comprometimento com as promessas feitas. A população, que esperava uma mudança significativa, agora se depara com mais do mesmo: tarifas que pesam no bolso e um sistema de transporte que segue sem os avanços prometidos.
Prometer algo tão impactante como tarifa zero e não cumprir no início do governo é uma traição à confiança do eleitor. Não há outra forma de descrever essa situação além de um verdadeiro estelionato eleitoral. Caetano sabia que não teria condições de implementar essa proposta no curto prazo e, ainda assim, fez dela uma de suas principais bandeiras de campanha.
O transporte público gratuito era um sonho vendido para a população, principalmente para aqueles que enfrentam dificuldades financeiras diariamente. Agora, o que se vê é o oposto: a população continuará pagando a tarifa, enquanto a nova empresa receberá subsídios da prefeitura.
A população de Camaçari confiou em Caetano e deu a ele um voto de confiança. Contudo, é evidente que as ações até agora não correspondem às expectativas geradas. É preciso cobrar responsabilidade e coerência. Não se trata apenas de esperar que o governo “tenha tempo” para resolver a situação. Trata-se de exigir que as promessas feitas em campanha sejam cumpridas e que a população não seja enganada por palavras vazias.
A gestão de Caetano começou com o pé esquerdo, e a descrença já toma conta de muitos. Para resgatar a confiança dos eleitores, será necessário muito mais do que discursos: serão precisas ações concretas, verdadeiras e alinhadas com o que foi prometido. Até lá, fica a frustração e a certeza de que, mais uma vez, a política em Camaçari é marcada pela decepção.
A mim, Caetano não enganou e não engana. Caetano continua sendo o mesmo Caetano de sempre!