O ator e diretor Wagner Moura não poupou críticas ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em entrevista ao Roda Vida, na segunda-feira (1). Prestes a lançar o longa-metragem “Marighella”, sobre o guerrilheiro comunista de mesmo nome, ele se queixou sobre a censura sofrida por parte do governo.

“Não tenho a menor dúvida de que o filme foi censurado. Era uma época na qual [Jair] Bolsonaro falava em filtrar e regular a Ancine. O Crivella [ex-prefeito do Rio de Janeiro] cancelou HQs de dois personagens homens beijando na boca, os filhos do presidente comemoram”, ele declarou, ressaltando a dificuldade que enfrentou para a captação de recursos para o filme.

Wagner Moura foi questionado sobre falas do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que chamou Marighella de “psicopata comunista”, no entanto, preferiu não comentar a situação. O artista disse apenas que não tem respeito algum por declarações feitas por Sérgio.

Para o baiano, o filme a ser lançado na quinta-feira (4) não fala apenas da resistência à ditadura militar, mas também sobre os que resistem até hoje, encontrando desafios como o suposto terrorismo do governo federal.

“Os acusados de terroristas são os pobres, o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], o Black Lives Matter, e isso sempre me incomodou, mas 600 milhões de mortos por Covid é terrorismo, 19 milhões de pessoas passando fome, a Amazônia pegando fogo, o ministro da Economia que tem uma conta offshore enquanto o povo paga imposto alto é terrorismo”, pontuou.

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