"Eterno governador". Para a política, a apresentação feita pelo prefeito ACM Neto (DEM) do ex-governador Paulo Soutonesta quarta-feira, durante inauguração do Plano Inclinado Gonçalves, foi simbólica. Souto cravou a vontade de disputar a eleição.

Ainda que a confirmação seja negada pela maioria dos envolvidos, o ex-presidente regional do Democratas, José Carlos Aleluia, deu publicidade ao veredicto. "O prazo era 31 de janeiro e no dia 31 de janeiro Paulo Souto disse que aceitava", afirmou Aleluia em entrevista coletiva, como secretário de Urbanismo e Transporte.

Sem a presença do outro postulante da oposição, Geddel Vieira Lima (PMDB), a aparição pública do ex-governador mostra um princípio de engajamento para a campanha eleitoral de 2014.

De acordo com o presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN), o próprio Souto colocou o nome à disposição do partido para disputar as eleições.

"Conversei com ele (Souto) na segunda-feira e ele me disse que, se for convocado pelo partido, aceitará ser candidato", informa o dirigente. Maia, todavia, ressalta que a condução do processo cabe ao "líder do partido na Bahia", o prefeito ACM Neto. "Ele é o responsável pela construção da aliança com os partidos, principalmente com o PSDB, o PMDB e o PV", sugere o senador.

Apesar de reforçar o interesse numa aliança com o PMDB, Agripino Maia ressalta que "as eleições na Bahia são as mais importantes de 2014 para o Democratas".

Indecisão

"Ele estava numa posição de não aceitar, mas aceitou. Ele estava refletindo, queria ter convicção. E as pesquisas foram muito favoráveis", disse Aleluia que trabalha, segundo o próprio, com a perspectiva de um entendimento com o PMDB para a apresentação de Geddel como candidato ao Senado.

"Estamos trabalhando para isso, temos grande interesse que todos estejam unidos. Quem está coordenando o processo é o prefeito ACM Neto", completou o democrata. Procurado, o prefeito optou por não comentar as declarações de Aleluia.

Os esforços para chegar a um consenso sobre o candidato das oposições, representada nas conversas por DEM, PMDB e PSDB, não são novos. Desde o final de 2013, os peemedebistas tentam apressar o anúncio do candidato, enquanto DEM e PSDB tendiam a postegar a apresentação. Na última semana, houve uma expectativa grande diante da perspectiva de acordo até o dia 31, frustrada por razões nebulosas.

Com a declaração de Aleluia, no entanto, as razões da prorrogação para o carnaval vêm a público. A tensão criada ante a aceitação de Souto e como contornar os interesses do PMDB em ter Geddel como candidato.

Procurado, o ex-governador não comentou as pretensões de candidatura. Durante a inauguração, Souto permaneceu entre os populares e não falou com a imprensa. As informações são do A Tarde.