Após duas partidas sem vencer, o Vitória tem um jogo complicado e de más lembranças nesta quarta-feira, às 21h, no Barradão. O Rubro-Negro nunca venceu a Ponte Preta pela Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro.
No histórico da disputa na elite do futebol brasileiro, os números são tristes para os rubro-negros. Das 12 partidas disputadas desde 1978, a equipe de Campinas venceu oito. Em quatro delas, os times deixaram o campo com a igualdade no placar. Neste período, a Ponte Preta ainda marcou mais que o dobro dos gols feitos pelo Vitória: 26 gols paulistas contra apenas dez baianos.

Na memória recente, o último duelo entre as duas equipes na Série A foi em 2004. Para tristeza rubro-negra, a partida marcou o rebaixamento do Leão da Barra para a Série B. Em pleno Barradão, Anselmo marcou duas vezes e decretou o descenso. Obina fez o gol de honra do Vitória naquele 19 de dezembro. Naquele ano, aliás, nem empate o Rubro-Negro conseguiu. No primeiro turno do Brasileirão, no estádio Moisés Lucarelli, 1 a 0 para a Ponte.

Em 2001, outro confronto para ser esquecido. Também em Campinas, a Macaca aplicou a goleada de 5 a 2 no Leão. Naquele 4 de novembro, Washington marcou quatro gols. O quinto foi de Macedo. Pelo lado rubro-negro, Adriano Louzada e Gustavo Sand balançaram as redes.

Se for observado o lado 'positivo' da disputa na Primeira Divisão, o Vitória só tem empates a lembrar. O último deles foi em 25 de outubro de 2003. No Moisés Lucarelli, Dudu Cearense abriu o placar logo no começo do confronto. No fim da partida, aos 52 minutos do segundo tempo, Lucas deixou tudo igual.
Além do histórico na Série A, o Vitória ainda vai precisar driblar outros adversários diante da equipe campineira: a intimidade. No grupo que enfrenta o Rubro-Negro nesta quarta, dois nomes estão frescos na memória do torcedor rubro-negro.

O faro de gol
No segundo semestre de 2012, a camisa 9 do Vitória teve um dono: William. Com ele, o Rubro-Negro mostrou força na pontaria para balançar redes adversárias. Foram oito importantes gols na Série B, que ajudaram o Vitória a retornar para a elite do futebol brasileiro. No entanto, divergências financeiras fizeram William deixar a equipe baiana no final da temporada.

Em 2012, Carpegiani comandou o Vitória na campanha da Série B (Foto: Divulgação/ EC Vitória)

Oito meses depois, Vitória e William estarão frente a frente. A fase do atacante é ainda melhor. Ele é o artilheiro do Campeonato Brasileiro com nove gols. O lado bom para os rubro-negros é que o jogador terá pela frente uma dupla de velhos conhecidos, Gabriel e Victor Ramos, que jogaram com o atacante no ano passado.

O mestre rejeitado
Quando a maioria dos rubro-negros mirar o banco de reservas da Ponte Preta, verá um velho conhecido e responsável direto pelo Vitória disputar a Primeira Divisão: Paulo Cesar Carpegiani. Técnico do Leão por 31 rodadas da Série B de 2012, o atual treinador da Macaca deixou o Vitória em terceiro lugar, depois do melhor primeiro turno da história da Segunda Divisão.

O treinador esteve à frente da equipe em 32 partidas: venceu 19 vezes, empatou sete e sofreu apenas seis derrotas. Seu aproveitamento no comando do time foi de 66,6%. Na saída, mágoa. Carpegiani ouviu críticas da diretoria e rebateu forte. No reencontro desta quarta-feira, o professor será persona non grata, na Toca.

De volta aos números, o Vitória pode se apegar em uma outra opção: os números da Série B. Se na Série A a equipe perdeu oito vezes para a Ponte Preta e empatou quatro, na Segundona, os números são favoráveis: três triunfos e um empate. Com velhos conhecidos da Série B, nada melhor que os números da mesma Divisão para quebrar um tabu de primeira. *Globo Esportes