Os desentendimentos entre o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, e membros do atual governo de Ademar Delgado, fato noticiado como especulação, ganhou um tom verdade, na manhã desta quarta-feira (26), durante encontro de Caetano, que também é pré candidato a deputado federal, com representantes da imprensa local.
O tom de descontentamento de Caetano com o governo de Ademar foi o que mais chamou à atenção durante quase duas horas de entrevista, onde vários assuntos foram abordados. Pela primeira vez, o ex-prefeito falou sobre a possibilidade de Ademar não disputar a reeleição em 2016. Caetano chegou a declarar que “tá na hora de fomentar novos nomes da política de Camaçari”.
Tendo como bandeira política seu lado técnico e conhecedor da máquina pública, Ademar conseguiu se eleger em outubro de 2012 com mais de 50 mil votos, mas ao que parece Caetano entende que há necessidade de estimular o lado político do companheiro de partido. O recado foi dado de maneira indireta: "Eu estava conversando com Lula e falei que esse negócio de técnico governar é problemático. Veja o caso de Dilma, ela se relaciona com muitas dificuldades com a imprensa, os sindicatos, e os empresários. Veja o Hadad, prefeito de São Paulo’’, concluiu.
Mas, o mais forte da entrevista coletiva estava por vir. 2016, se eleito deputado federal, Caetano deixará Brasília para tentar voltar à prefeitura?
O ex-prefeito foi direto e já disse o que pensa: “Se Ademar não for pra reeleição, vamos trabalhar um novo nome do grupo. Isso Ademar sabe, ele sabe minha posição, se ele quiser ir para reeleição estamos aqui para ajudá-lo, ele tem que melhorar a gestão. Ele tem que criar as condições, se não melhorar e não se consolidar vamos rediscutir isso com ele, com o partido, e com as forças políticas. Pra mim, o mais importante não é Ademar ou Caetano é o projeto político, não abro mão desse projeto por ninguém, por nenhuma amizade’’, enfatizou.
Questionado se o atual momento político do governo Ademar pode atrapalhar sua campanha para deputado federal, Caetano assim analisou: “Ademar tem 1 ano e 3 meses de governo e tem todas as condições de recuperar este governo. Ademar foi sempre um gestor, obviamente que ser secretário, ser comandado, e depois ser prefeito pra comandar é complicado, até ajustar a equipe é complicado. As vezes, até a própria equipe acaba complicando e é o que está acontecendo um pouco com algumas pessoas do governo. Mas eu aposto que ele se recupere e melhore a gestão, eu aposto nessa perspectiva, não aposto para ele fracassar’’, salientou.