Em clima de críticas e questionamentos da bancada da oposição que não deixou passar despercebido o atraso no envio pelo governo do projeto de lei de reajuste dos servidores estaduais, com data base em 1º de janeiro, os deputados estaduais aprovaram, nessa terça-feira (16/4), o aumento dos servidores do Judiciário e Ministério Público da Bahia (MP-BA) e o empréstimo de US$ 50 milhões do Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida), que deve financiar organizações não governamentais e associações, para a execução de ações previstas no Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável na Região Semiárida da Bahia, relacionadas à seca.

Parlamentares da situação e da minoria mostraram divergências, em relação à condução das proposições. Um dos pontos de discordância foi em relação a uma emenda apresentada pelos oposicionistas que sugeria a inclusão das prefeituras municipais e um processo de seleção pública na escolha das entidades não governamentais para executar ações que minimizem os efeitos da forte estiagem no estado.

“O que nos chama atenção é que o governo tem uma base extensa, dizem que são cerca de 300 prefeituras. Parece que ele se esquece que são os prefeitos que estão lidando de perto com o problema da seca”, afirmou Carlos Geilson (PTN). O deputado petista José Raimundo reagiu: “Esse projeto é auditado por representações internacionais. Não pode ir para as prefeituras”, justificou.

Antes de chegarem a um consenso, os deputados da minoria obstruíram a votação e bateram na ausência do reajuste do funcionalismo estadual. “É lamentável. Que técnicos do estado são esses que levam quatro meses para dizerem qual o reajuste e o impacto que isso vai ter nas contas do Estado. A classe mais pobre do Estado ainda não tem o aumento, graças à inércia desse governo. Isso mais parece falta de vontade política”, disse o líder oposicionista, Elmar Nascimento (PR).

O republicano também contestou o fato de a Bahia ser um dos poucos estados, onde a elevação salarial depende da aprovação da Assembleia. O líder do governo, deputado Zé Neto (PT), rebateu, ao dizer que infelizmente o grupo adversário levou 16 anos no poder e não mudou isso.

O petista também defendeu as melhorias promovidas pela gestão estadual. “Temos a tranquilidade e a convicção de dizer que 92 categorias hoje têm normas de carreira, que facilitam e dão uma nova dimensão para o funcionalismo. Quem menos teve nos últimos seis anos o reajuste foi de 29%”, argumentou.

Mais cedo, o líder justificou para a reportagem que não existe folga nas contas e o governo tem estudado como irá conceder o aumento. Fonte; Tribuna