O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (INEP) estaria mentindo sobre a ocupação de salas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que acontece hoje. A Defensoria Pública da União (DPU) trouxe esta afirmação para a Justiça ontem, fazendo um novo pedido de adiamento do exame, o que foi negado.
Segundo a DPU, os planos de aplicação da prova incluem salas com até 80% de ocupação, bem mais do que os 50% prometidos pelo governo federal. De acordo com o que foi revelado por reportagem do Estadão, aplicadores do Enem relataram ocupação de salas acima do previsto pelo Inep e a impossibilidade de garantir o distanciamento dos estudantes, trazendo riscos de um pico ainda maior de disseminação da covid-19.
As datas do ENEM, no entanto, foram mantidas e o juiz federal Leonardo Henrique Soares afirmou que “não houve demonstração a priori” da incompatibilidade entre o número de inscritos em cada cidade e a quantidade de lugares disponíveis nos locais reservados. “O que não impede que tal comprovação seja efetivada, concretamente, no curso da aplicação das provas”, concluiu.
Ficou decidido que a prova será aplicada para 5,7 milhões de alunos em todo o Brasil, mesmo em meio à segunda onda da pandemia e sob o risco de agravamento da situação. A prova acontecerá em 207 mil salas distribuídas em 14 mil locais de prova.