Possível indutora de infartos e derrames, a pressão alta já atinge quase um quarto dos brasileiros.

O dado, divulgado ontem, é de pesquisa feita por telefone pelo Ministério da Saúde, com adultos das 27 capitais.

O pesquisador perguntava ao entrevistado se ele já havia sido diagnosticado com hipertensão.

Responderam afirmativamente 23,3%.

Mas o percentual de pessoas que têm a doença pode ser maior ainda, porque parte da da população não faz exames regulares de pressão.

Segundo Marcus Malachias, presidente do departamento de hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia, dados das sociedades de cardiologia, hipertensão e nefrologia colhidos em 2010 apontam que 30% dos brasileiros têm pressão alta.

A diferença para os números do Ministério da Saúde, afirma, se deve à metodologia.

“A entrevista por telefone só se refere a quem sabe que tem a doença.


Na pesquisa do governo, o problema foi mais comum entre as mulheres, principalmente na faixa dos 50 anos.

Uma das causas pode ser a menopausa, afirma Maria Cláudia Irigoyen, presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão.

Ela explica que o hormônio estrógeno, cuja produção cai na menopausa, dá uma “proteção natural” contra aumento de pressão.

Por isso, diz, a mulher deve se esforçar mais para manter o peso, praticar exercícios e reduzir o consumo de sal.

Outra explicação para o grande número de mulheres diagnosticadas com hipertensão é que elas vão mais ao médico do que os homens.

“In loco, vemos que há mais homens com hipertensão”, diz Malachias, da sociedade de cardiologia.

DIETA INDUSTRIALIZADA

Entre as capitais do país, o Rio é a que tem mais hipertensos declarados na pesquisa: 29,2%.

Em último lugar, fica Palmas, com 13,8%.

Libânio afirma que a variação está ligada à proporção de idosos em cada cidade.

Além da idade, são fatores de risco para a doença o estresse e  o sedentarismo.

* Fonte: Folha Online