O gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria usado como pretexto de combate à desinformação para justificar investigações orquestradas contra o grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A acusação foi trazida em uma matéria do jornal Folha de S. Paulo na noite desta terça-feira (13).
Através de mensagens reveladas por Glenn Greenwald, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria sido usado por Moraes, enquanto presidente da corte, para abrir diversos inquéritos contra nomes ligados ao então chefe do Executivo, mesmo que não tivesse a ver com as eleições que aconteceram em outubro de 2022.
Um dos pedidos mais marcantes, suspostamente feito pelo próprio ministro, foi de fazerem relatórios das redes sociais de Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo, dois influenciadores famosos na bolha bolsonarista. “Quem mandou isso aí, exatamente agora, foi o ministro e mandou dizer: vocês querem que eu faça o laudo? Ele tá assim, ele cismou com isso aí. Como ele está esses dias sem sessão, ele está com tempo para ficar procurando“, teria dito O juiz instrutor Airton Vieira, um dos braços direitos de Moraes.
O caso ganhou rápida repercussão, impulsionado pelos seguidores de Bolsonaro, que alegam uma ‘caça’ ao ex-presidente feito pelo magistrado – que para muitos é considerado inimigo número 1 da ala ideológica. Em nota, o gabinete de Moraes se pronunciou sobre a denúncia, afirmando que é infundada já que o TSE tem este poder e todas as provas colhidas estão divulgadas publicamente no inquérito das fake news, além do ataque em 8 de janeiro.
“Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais. Vários desses relatórios foram juntados nessas investigações e em outras conexas e enviadas à Polícia Federal para a continuidade das diligências necessárias, sempre com ciência à Procuradoria Geral da República”.