A disputa para saber quem vai encabeçar a chapa majoritária da oposição contra a do Partido dos Trabalhadores (PT) em outubro deste ano começa a esquentar.
Antes envolvido em um embate frio, sem demonstração de interesse para viabilizar a candidatura, o ex-governador Paulo Souto (DEM) dá indícios de que voltou atrás da ideia e começou a figurar como o mais provável para assumir a responsabilidade outra vez.
É que o ex-governador, depois de ter sinalizado que aceitaria ser candidato das oposições iniciou um intenso ataque ao governo e sobrou até para o pré-candidato petista Rui Costa – atualmente secretário da Casa Civil de Jaques Wagner (PT).
O democrata, com uma nova postura, cobrou da Justiça Eleitoral “medida rigorosa” em relação ao comportamento do atual secretário, que, conforme ele, “ainda exercendo o cargo não se inibe de utilizá-lo politicamente em prol de sua candidatura” à sucessão.
“A Justiça Eleitoral precisa coibir este absurdo sob o risco de, em outubro, termos a mais desigual campanha eleitoral da história da Bahia”, alertou Paulo Souto em sua página do Facebook.
Essa declaração do cacique do DEM, aconteceu um dia após a empreitada do peemedebista Geddel Vieira Lima – que também disputa com o democrata a indicação na majoritária da oposição – , em ter divulgado texto enumerando os partidos que apoiam ele como pré-candidato ao governo. Além dele o secretário José Carlos Aleluia (DEM), também se coloca à disposição. Porém, o nome de Souto, conforme informações, segue na dianteira e o anúncio pode ser antecipado para antes do Carnaval.
Joseildo Ramos rebate e desafia
As declarações de Paulo Souto repercutiram de imediato na base governista. Tanto que o deputado Joseildo Ramos (PT) emitiu texto para a imprensa afirmando que Souto estaria fazendo espuma e desafiando o democrata a ser candidato. Souto, por sua vez, ainda detalhou os casos mais emblemáticos que podem ser averiguados pela Justiça. “Está nos jornais de hoje [sexta-feira], que Rui Costa, em pleno exercício de uma secretaria, se reúne com lideranças de partidos que o apoiam, em horário de expediente, para depois de um café da manhã, tratar de assuntos da campanha eleitoral. Todos os temas tratados são tipicamente de uma campanha, claramente antecipada pelo candidato governista”.
Para o petista Joseildo Ramos, Paulo Souto tem “memória curta e seletiva”. “Ele sabe que é natural esse tipo de atividade. Mas como ele não quer e não pode falar das ações do seu governo, pois sabe que as comparações são amplamente favoráveis ao PT em todas as áreas, ele faz espuma, cria factóide para aparecer”, criticou o parlamentar.
Joseildo ainda afirma que Paulo Souto não se acostumou com ambiente democrático vivido na Bahia e que na gestão dele “não havia participação nem de partido e nem da sociedade na construção de governo, só as ordens do chefe”. “Em vez de fazer espuma, ele deveria aceitar o desafio de ser candidato e arriscar perder a terceira vez no primeiro turno”.
A ideia do petista corrobora com a fala do atual presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação. Em contato recente com a Tribuna, Anunciação deixou claro que se Paulo Souto for o candidato das oposições o debate será uma grande oportunidade “para debater os projetos”. “Essa candidatura de Souto permitiria uma boa reflexão nas eleições. A gente ia ter elementos concretos para comparação. O que foi feito durante os oito anos de governo dele e o que foi feito por nós e aí medir quem tem as condições de continuar um projeto que possa alimentar a esperança do povo baiano”, pontuou Anunciação.*Tribuna da Bahia