O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras e líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), divulgou nesta segunda-feira, 04, uma nota onde nega que tenha se reunido com depoentes da CPI para combinar perguntas e respostas. Pimentel é citado em reportagem da revista Veja, do último fim de semana, segundo a qual investigados pela CPI combinaram com senadores da comissão as perguntas que seriam feitas em depoimento. A revista diz ter tido acesso à uma gravação que aponta a suspeita.
“As perguntas a cada depoente foram formuladas com base: a) no Plano de Trabalho aprovado; b) no denso material resultante da participação dos executivos da Petrobras em recentes audiências públicas, realizadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, dando prioridade a perguntas formuladas pela oposição nessas audiências; c) na Tomada de Contas Especial do TCU (inclusive acórdãos) e em documentos da CGU; e d) nas denúncias publicadas pelos diversos veículos de imprensa e internet”, diz o senador, na nota.
O senador disse ainda que “protocolou dois requerimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito. O primeiro, solicita a instalação de procedimento de apuração, visando ao esclarecimento dos fatos e, se for o caso, atribuir responsabilidades. O segundo, solicita ao presidente que requeira à revista Veja a íntegra do vídeo que deu origem à matéria, sob o compromisso de preservação do sigilo. O objetivo é contribuir com o trabalho da comissão de apuração”.
No domingo, 03, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que também integra a CPI da Petrobras, divulgou nota em que nega qualquer “suposição” envolvendo seu nome e os fatos relatados na reportagem. “Rejeito, com grande indignação, qualquer suposição de minha participação na articulação de depoimentos de quem quer que seja nas duas CPIs da Petrobras em andamento no Congresso Nacional”. Ele também é citado pela revista.
Segundo Delcídio, todos que o conhecem podem atestar sua imparcialidade e isenção nos trabalhos que participa no Congresso. O senador confirmou que teve contato com o presidente do escritório da Petrobras em Brasília, José Carlos Barrocas, mas alegou que isso ocorreu porque ele é o responsável por fazer a “interface” entre a empresa e os parlamentares. “Independentemente dos fatos, até por uma questão de convicção e coerência, continuarei sendo um defensor empedernido da Petrobras e do seu competente corpo técnico composto por homens e mulheres que construíram essa grande empresa, que tive a honra de trabalhar”, concluiu Delcídio Amaral. A denúncia se baseia em uma suposta conversa em que Barrocas aparece falando da antecipação das perguntas.
Os dois senadores não participaram da sessão de hoje do Senado.
Redação com informações da Agência Brasil