Um ano após polêmica protagonizada durante o período de campanha eleitoral, a presidenta Dilma Rousseff comparecerá nesta terça-feira (10) à XIV Marcha dos Prefeitos, em Brasília.
O evento, que começa nesta terça-feira (10) e termina na quinta-feira (12), terá a presença de aproximadamente quatro mil prefeitos, ministros e outras autoridades, que cobrarão, entre outras coisas, os chamados “restos a pagar” que o governo anunciou que cancelará e que somam R$ 27,9 bilhões.
A intenção é pressionar a presidenta e o Congresso Nacional.
Segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), R$ 1,3 bilhão dos R$ 27,9 bilhões dos restos a pagar referentes a 2007, 2008 e 2009 poderão ser cancelados.
Decreto presidencial determina que os empenhos de recursos a pagar de 2007 e 2008 só serão pagos se a obra já tiver sido iniciada ou a mercadoria tiver sido entregue até 2 de abril deste ano.
Já o prazo para os empenhos referentes a 2009 vence em 30 de junho deste ano.
Na presença de Dilma, eles devem reivindicar ainda a prorrogação do decreto, para que haja tempo para o maior número de obras serem iniciadas e, assim, o dinheiro recebido.
Os prefeitos também pedirão a regulamentação pela Câmara dos Deputados da Emenda
Constitucional nº 29 , o financiamento da Saúde e a discussão dos vetos a redistribuição dos royalties de petróleo e gás e do encontro de contas das dívidas previdenciárias.
Polêmica
Em 2010, durante sabatina eleitoral com os adversários José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), a equipe de campanha de Dilma pediu à organização da edição passada da marcha para barrar um vídeo (O calvário dos prefeitos para conseguir recursos – A história do pires na mão) que pretendia mostrar o que enfrentam os prefeitos que saem em busca de recursos.
De maneira caricata, o vídeo traz os prefeitos no gabinete dos ministérios com um pires na mão, fazendo alusão ao fato de eles pedirem dinheiro ao governo.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, confirmou à época o pedido da campanha petista e o vídeo acabou excluído da sabatina.
Neste ano, segundo a assessoria da CNM, a organização não preparou nenhuma apresentação na linha do vídeo vetado, mas afirmou que não houve interferência da Presidência da República na decisão.
* Fonte: Ig