Como surgiu o Minimalismo?
O termo minimalismo está diretamente associado a movimentos artísticos e culturais que surgiram nos anos 60 nos Estados Unidos. Suas obras possuem um mínimo de recursos e elementos. Por exemplo, a pintura minimalista usa um número limitado de cores e prioriza formas geométricas simples.
O movimento exerceu forte influência em vários outros campos do design, como na programação visual, no desenho industrial, na arquitetura e na moda. Um bom exemplo de como ele extrapolou a Arte e a Cultura pode ser constatado no documentário “Minimalismo: Um documentário sobre as coisas importantes”. A produção retrata a vida de algumas pessoas que adotaram o minimalismo como um estilo de vida, como uma verdadeira filosofia. Vale a pena assistir e testemunhar uma outra forma de viver e se relacionar com os objetos. Eu super recomendo!
MINIMALISMO NA MODA! SÓ PODE ROUPAS PRETAS, BRANCAS E BEGES E BEEEEM BÁSICAS?
Bom, esse é um questionamento que muitas pessoas me fazem quando abordo esse tema. E o pior é que tem alguma verdade nessa primeira impressão. O fato é que quando falamos em cores, as neutras (branco, bege, preto, cinza e azul marinho) são mais fáceis de serem combinadas pela maioria das pessoas, o que não quer dizer que outras cores não sejam. Esse mesmo raciocínio vale também para a questão do design das peças conhecidas como minimalistas, que acabam na sua maioria priorizando modelagens mais básicas e clássicas.
Por sua vez, as marcas que adotam o minimalismo como o seu elemento essencial no design acabam por privilegiar esses tons para garantir o retorno financeiro. Então, essa associação de minimalismo e moda mais básica e neutra não está equivocada. Mas não deve estar inteiramente limitada a essa visão.
Lembrem que o principal fundamento desse movimento é ter menos roupas. Mas muita atenção!!!! Aqui não importa quais são essas cores. Como vocês sabem, sou uma mulher bem colorida. Ao mesmo tempo, cada vez mais procuro ter roupas que eu possa usar e reusar, inclusive em diversas ocasiões, sempre em busca de um guarda-roupa mais inteligente. Não consigo me imaginar tendo um armário só com roupas em cores neutras e sem as minhas saias mídis plissadas estampadas. Elas são “essenciais” na minha vida!!!!
E é aí que entra a minha provocação:
SERÁ QUE NÃO ESTÁ NA HORA DE PENSARMOS NO ESSENCIALISMO NA MODA?
O que quero dizer é, será que temos que renunciar aos nossos estilos pessoais para nos tornar consumidores mais conscientes? Será que as peças que eu realmente preciso tem que necessariamente ser em tom neutro e em design clássico e básico? Como a Moda é efêmera, cada vez mais plural, diversa e buscando um caminho mais democrático, não quero aqui trazer uma verdade absoluta.
Mas preciso ser sincera com vocês e para mim a resposta é NÃO, ninguém precisa se adequar a determinado estilo para comprar e escolher melhor as suas roupas, e até outros objetos para sua casa, por exemplo. O que cada vez mais faz mais sentido para mim é a gente estar sempre se perguntando até que ponto precisamos de mais uma calça jeans, por exemplo? E caso realmente a gente chegue à conclusão de que sim, está na hora de repor aquela que já está “surradinha”, investir em uma que seja ESSENCIAL para você, que seja a sua cara, que traduza o seu estilo e que você possa usar e abusar muuuitooo.
AGORA VAMOS DE DICAS PRÁTICAS!
Agora, aproveitando o momento sinceridade, se você ainda não fez aquela verdadeira limpa no seu armário, vamos aproveitar e fazer antes de chegar o verão! Porque não dá para ser essencialista com um monte de roupas no seu guarda-roupa que não são nada essenciais para você e que, provavelmente, será para outra mulher. Coloca uma playlist bem animada, prende o cabelo, separa umas sacolas vazias, arregaça as mangas e vamos botar a mão na massa!!! Vocês verão como no final dessa trabalheira toda o sentimento será de um grande alívio! Aí sim, quem sabe não poderá rolar uma pecinha nova e mega essencial pra vc? Sempre lembrando das dicas de como construir seu guarda-roupa inteligente, OK? ( vide meu artigo https://bahianoar.com/como-construir-o-seu-guarda-roupa-inteligente/ ).
E nesse papo todo sobre Essencialismo não poderia deixar de lado o poder dos acessórios. Como um brinco pode fazer toda a diferença num look, aparentemente básico e neutro. Como um colar pode ser tão poderoso e trazer personalidade e frescor para uma combinação. Por isso, muitas vezes, mas vale investir um acessório que poderá ser combinado com muitas peças do que comprar uma nova peça de roupa. Nunca esqueçam disso, hein?!
Sempre digo aqui como sou apaixonada pela Moda, mas de um tempos pra cá, cada vez mais fica evidente o impacto negativo dessa indústria para o nosso planeta e até para alguns profissionais, na sua maioria mulheres, muitas das quais trabalham em condições análogas a escravidão para costurar as roupas que vestimos. Por isso acho muito importante estar sempre provocando essa reflexões sobre a forma que consumimos artigos de moda hoje. É preciso ressignifcar as nossas relações com o nosso guarda-roupa, mas sem deixar de lado todo o poder de nos comunicar pelas nossas roupas de uma forma alegre, leve e responsável!
Afinal Moda é História e cada um de nós pode ser os protagonistas desse novo jeito de consumir!