Na tarde da última terça-feita (28), em reunião com militantes do Movimento Marina Silva, em São Paulo, a ex-senadora Marina Silva começou a comunicar a apoiadores e simpatizantes que deve deixar mesmo o PV na semana que vem.
Ela ficará à margem de siglas partidárias até 2013, quando será articulada uma nova legenda – destinada a dar sustentação à sua provável candidatura presidencial em 2014.
O rompimento ajuda a preservar o patrimônio político da ex-senadora, que saiu da eleição presidencial de 2010 em terceiro lugar, com quase 20 milhões de votos e tem efeito político.
Na prática, porém, não causa danos imediato à atual estrutura do PV: já está acertado que todos os parlamentares eleitos que apoiam Marina devem permanecer ligados à sigla pelo menos até as eleições de 2012.
Aqueles que tiverem cacife para disputar cargos de prefeito ou de vereador terão o apoio dela.
Em 2013, até a articulação do novo partido, Marina ficará sob o guarda-chuva de um movimento que deverá se chamar Verdes e Cidadania.
Ele também abrigará a maior parte do grupo que se filiou com ela ao PV em agosto de 2009.
Dele fazem parte os empresários Guilherme Leal, que concorreu ao cargo de vice-presidente, e Ricardo Young.
Este último, mesmo disputando um cargo político pela primeira vez, saiu do pleito para o Senado em São Paulo com 4,1 milhões de votos, ficando na quarta posição.
Hoje a ex-senadora viaja para a Alemanha, onde manterá contatos com representantes de partidos verdes europeus.
A volta está programada para quarta-feira da semana que vem.
A data do evento público no qual será anunciada a saída do PV deve acontecer na quinta ou sexta-feira.
O deputado federal Alfredo Sirkis, no Rio, um dos últimos verdes históricos, remanescente do pequeno grupo fundador do PV, já pediu o seu afastamento do cargo de presidente do diretório estadual.
“Não posso aceitar o tratamento ignóbil que a burocracia partidária do PV, sob o comando da dupla José Luiz Penna (presidente do PV) e Zequinha Sarney (deputado federal, pelo Maranhão) deu à Marina”, disse.
Sirkis, ainda filiado ao PV, pretende dedicar seu tempo à articulação do Movimento Verdes e Cidadania.
“A proposta é de um movimento democrático, amplo e de grande capilaridade, com ramificações pelos Estados, municípios, bairros, ruas, do mesmo modo que foi articulada a campanha de Marina”.
*Com informações: O Estado de São Paulo